Quarta-feira, 1 de Novembro de 2006
Meu Ibis Chamado Ophelia:
Pasma, ente pequeno e pessimo! aqui te estou escrevendo, contra meu habito, uso e costume! Parece impossível - mas não há duvida. A penna corre sobre o papel, tem tinta, e por isso produz lettras. Essas lettras formam palavras... mas (diga-se a verdade) essas palavras não tem um sentido por ahi além.
Ibis do Ibis: quero jinhos, quero muitos jinhos. Tenho fome de jinhos, tenho sêde de jinhos, tem somno de jinhos. Só jihos é que não tenho.
Amanhã, á 1 hora, passo pela tua casa, como está combinado. Creio que me conhecerás; mas é possivel que eu passe disfarçado de vendedor de cauttelas, ou de mão de vacca, ou de carroça por concertar. Não sei ainda. Se tiver juizo, irei por meu pé. Se não tiver juizo, irei por meu juizo.
Sabes que estou quasi pensando em que terei, afinal, tempo de te ir esperar? Se verificar que sim, levo eu mesmo esta carta, e entrego á Ibis do Ibis da Ibis do Ibis.
O mais natural, porém, é que (o contrário do que está acima).
Nesse caso esta carta irá ter a casa da tua irmã. Mandal-a-hei por alguém, pois é tarde de mais para a deitar no correio.
Tu, hoje e amanhã, se tiveres occasião e te quizeres lembrar de um certo Ibis que gosta um tanto ou quanto de ti, faz o possível por te lembrar. Sim, Ninhinha do Nininho do Bébé do Ibis da Vespa do
Fernando
Jinhos x um milhão
De Tomás a 17 de Novembro de 2006 às 19:11
Impressionante o Fernando Pessoa a dizer "Jinhos"
Impressionante não era palavra que eu usaria ;-)
Adorei o blog, conteúdo muito bem escrito, layout bacana com cores amigáveis. Vou aproveitar e adicionar o blog nos meu favoritos. bjs! Maria Cecilia
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